Introdução
O modelo de crescimento econômico atual gera enormes desequilíbrios no mundo se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura, por outro lado, a degradação ambiental e a poluição aumentam a cada dia. A população, principalmente urbana, nem sempre se dá conta de que as suas opções de consumo no dia-a-dia e a quantidade de resíduos que geram, comprometem a capacidade do planeta de repor todos os materiais, energias e comodidades necessárias para sustentar os seus habitantes e suas dinâmicas.
Diante disso, surgiu o O Ecological Footprint Method (EFM), traduzido como Pegada Ecológica (PE), um instrumento de avaliação, proposto por Wackernagel e Rees (1996), que representa o espaço ecológico necessário para sustentar um determinado sistema ou unidade. Trata-se de uma ferramenta que contabiliza os fluxos de matéria e energia que entram e saem de um sistema, convertendo-os em área correspondente de terra ou água existentes na natureza para sustentar esse sistema (VAN BELLEN, 2006).
Pegada Ecológica
O conceito representa a relação entre o consumo, exploração e utilização dos recursos naturais, ligados com a capacidade do planeta em repor tais elementos naturalmente.
Ele mede em termos quantitativos, os elementos naturais que são necessários para manter o estilo de vida de cada indivíduo e o da sociedade em geral. Se o nível de consumo for maior do que aquilo que pode ser reposto pela natureza, significa que se trata de uma sociedade não sustentável, representando uma ameaça à manutenção da vida no planeta.
A imagem a seguir informa sobre da quantidade de água necessária para a produção de alguns alimentos, observa-se que no geral, os alimentos de origem animal têm uma pegada ecológica maior.
Situação Atual
De acordo com o sétimo relatório “Living Planet Report-2008”, publicação bianual do Fundo Mundial para a Natureza (World Wildlife Fund – WWF), o índice da Pegada Ecológica recomendado para que a biocapacidade do planeta seja suficiente para garantir uma vida sustentável seria de 2,1 ha/ano por pessoa. Alguns países, como a China, demandam mais do que sua biocapacidade se caracterizando como “países devedores ecológicos”.
Já países como o Brasil, são “países credores ecológicos”, pois ainda possuem mais recursos ecológicos do que consomem, e usualmente “exportam” sua biocapacidade para os devedores. No entanto, caso o modelo atual de consumo mundial e degradação ambiental não seja superado, é possível que os recursos naturais entrem em colapso a partir de 2030, quando a demanda pelos recursos ecológicos será o dobro do que o planeta pode oferecer.
Organizações e ONGs ambientais afirmam que, se o mundo inteiro mantivesse o mesmo nível de consumo das grandes potências econômicas, seriam necessários quatro planetas iguais ao nosso para manter uma biocapacidade equivalente. Por esse motivo, é preciso que o mundo inteiro pense em novas formas de reduzir o consumo, no sentido de garantir um mundo com sociedades verdadeiramente sustentáveis.
Como diminuir sua pegada
Segundo a WWF, ONG que atua na área de conservação e recuperação ambiental desde 1961, algumas atitudes que podem ser tomadas para diminuir sua pegada ecológica são:
Mudanças na alimentação, evitar o alto consumo de industrializados, fast foods e produtos de origem animal;
Realizar coleta seletiva, separar o lixo e entregar em Pontos de Entrega Voluntária (PEV) ou aos catadores e às cooperativas de reciclagem.
Dar prioridade aos produtos “verdes”, de empresas que estejam envolvidas em programas de responsabilidade socioambiental e certificadas com o ISO 14000 (certificação ambiental).
Nunca comprar animais silvestres. Caso queira adquiri-los, certifique-se de que sua criação tem certificação do IBAMA.
Para saber a sua Pegada Ecológica: acesse a calculadora da WWF Brasil clicando aqui ou no site clicando aqui.
Mais artigos GAAM Jr
Comentários