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Foto do escritorEmpresa Júnior GAAM

Impactos da Indústria do Tabagismo na Saúde, Economia e Meio Ambiente

Introdução

É inegável que o cigarro continua sendo um grande problema de saúde pública, como também na economia e no meio ambiente, sendo assim, vamos fazer uma breve análise desses impactos e das pesquisas que o envolvem.

Considerando o período de 1989 a 2010, a queda do percentual de fumantes no Brasil foi de 46%, como consequência das Políticas de Controle do Tabagismo implementadas, estimando-se que um total de cerca de 420.000 mortes foram evitadas neste período (PLOS Medicine, 2012).

Nos municípios pesquisados (São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre), quase a totalidade dos não fumantes, cerca de 90%, manifestaram que “apoiam” ou “apoiam totalmente” a medida de proibição total de fumo em ambientes públicos fechados.

Além do consumo direto, o tabagismo passivo é a exposição à fumaça exalada pelos fumantes e por produtos de tabaco durante a sua queima. Essa exposição está correlacionada ao desenvolvimento de doenças e agravos à saúde, mesmo em quem não fuma. Não há níveis seguros para essa exposição, inclusive para os cigarros eletrônicos.

Portanto é quase unânime que as pessoas, fumantes ou não, têm noção dos riscos de saúde que o uso dessa droga lícita tem no organismo e nos seus familiares. Muitas campanhas de saúde, políticas públicas de proibição e até mesmo multas têm auxiliado na diminuição de seu uso, impedindo inclusive propagandas veiculadas nas mídias sobre o produto.

Além da saúde pública, o cigarro é um grande vilão ambiental

Desde o plantio e secagem das folhas, que são responsáveis por 75% da pegada de carbono do tabaco, o produto é ambientalmente agressivo. Na Tanzânia o tabaco é responsável por 6% do desmatamento anual e no Paquistão já responde por 27%, segundo dados da OMS. Os processos requerem muita terra, água e energia, além de pesticidas e fertilizantes que poluem rios próximos e águas subterrâneas, como também degradam o solo.

Seu transporte e fabricação utiliza por volta de 2,4 milhões de toneladas de papel e papelão por ano para produzir cigarros e embalagens. Essa equação aumenta quando colocamos a quantidade de água utilizada na fabricação desses elementos e suas emissões de gases.

Feitos de um tipo de plástico não biodegradável, as pontas de cigarro podem levar uma década para se degradar, período em que o vento ou a chuva podem facilmente carregá-las para rios e oceanos, onde liberam produtos químicos tóxicos, como ácido acético e arsênico.

Dos quase 6 trilhões de cigarros fumados a cada ano, 4,5 trilhões são descartados a céu aberto. Estatísticas do Programa das Nações Unidas para o meio ambiente (Pnuma) confirmam que elas são o resíduo mais comum de plástico de uso único.

Segundo o Parlamento Europeu, uma única ponta de cigarro tem potencial para poluir até 1000 litros de água com substâncias tóxicas que podem entrar na cadeia alimentar humana. E elas invariavelmente estão no topo da lista de lixo de limpezas urbanas e costeiras, representando entre 30% e 40% de todos os itens coletados a cada ano.

Reciclagem

A reciclagem de bitucas é possível e algumas empresas oferecem bituqueiras e estação de coleta e triagem de bitucas no Brasil. Além disso, existem diferentes processos de retirada de elementos químicos das bitucas para transformá-las em matéria-prima para indústrias siderúrgica, cimenteira, de plástico, de papel, de adubo e até de fibras naturais.

Uma pesquisa realizada na Unicamp concluiu que alguns métodos podem ser eficazes para a reciclagem de bitucas. A aplicação das bitucas como de inibidor de corrosão para o aço N80a na indústria siderúrgica, por exemplo, possui uma eficiência de 94,6%, quando tratada em uma solução com concentração de 10% de ácido clorídrico, sendo necessária, diariamente, a quantidade de cerca de 3800 bitucas.

A bituca também pode ser transformada em plástico depois de tratada inicialmente com raios gama, para que sejam removidos seus componentes tóxicos. Após esse processo, as cinzas são esterilizadas e dissecadas, misturando o papel e o tabaco, enquanto o acetato de celulose, material plástico usado no filtro, é fundido e reciclado. Esse método já recuperou mais de um milhão de cigarros em pouco tempo na Europa e Estados Unidos.

Conclusão

Vimos que o cigarro é um produto que pode causar muitos problemas à saúde, aos gastos públicos e ao meio ambiente. Todo seu processo de fabricação até seu descarte gera desequilíbrios ambientais, sendo sua reciclagem possível porém muito trabalhosa e custosa, e nem tudo pode ser transformado em algo útil.

As políticas públicas de combate ao tabagismo foram boas, e por mais que individualmente não tenham efetividade expressiva, seu conjunto conseguiu modificar aos poucos os hábitos da população e indústria.

Dessa forma, fica a reflexão de que ações simples podem gerar resultados positivos enormes. Ter uma boa gestão de resíduos sólidos no seu empreendimento e dentro de casa pode ser extremamente expressivo para a saúde e economia, igualmente mais sustentável ambientalmente.

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