Introdução
Nos séculos XVIII e XIX, a Revolução Industrial trouxe consigo a intensificação do êxodo rural: dava-se início a urbanização. Esse processo ocorre até os dias atuais, cada vez mais intenso, em sua maior parte de forma rápida, espontânea e desordenada, gerando impactos ambientais, econômicos e sociais. Na esfera ambiental, ações antrópicas são um importante agente de modificações, que resulta na potencialização das degradações. Os recursos hídricos são um exemplo de como o uso intensivo, indiscriminado e a falta de cuidados com os recursos naturais podem ser prejudiciais, afetando além da quantidade, a qualidade dos mesmos.
Mas como as atividades humanas – da superfície – podem impactar águas que encontram-se no subsolo? Para entender essa questão, é necessário compreender como se dá o processo de recarga dos aquíferos, e de quais formas eles são ou não afetados.
Águas Subterrâneas
A água doce no planeta totaliza 2,5% da água disponível, sendo dividida em geleiras (68,7%), águas subterrâneas (30,1%), água nos rios e lagos (0,3%) e outros reservatórios (0,9%). Portanto, devido a inacessibilidade da água doce contida nas geleiras, as águas subterrâneas constituem as maiores reservas de água doce disponíveis. Referem-se a água que preenche a porosidade em rochas, sedimentos e solos sob a superfície, contidas na zona de saturação do subsolo, que se encontra abaixo do lençol freático.
Fonte: Desconhecida
A movimentação da água nos aquíferos ocorre através de pequenas aberturas entre o solo, partículas de sedimento e espaços na rocha; A água circula nos poros existentes entre os grãos que formam os solos e as rochas sedimentares, já em rochas ígneas, circulam através de fraturas, que são espaços onde as rochas se romperam devido à movimentação da crosta.
Impactos Antrópicos
É notório que todas as ações humanas impactam diretamente o meio ambiente, de forma positiva ou negativa. Infelizmente, sabe-se que os impactos negativos são a maioria e cada vez mais intensificados, sendo a urbanização um grande responsável por tal feito.
A construção de cidades, a redução de áreas verdes, o asfaltamento de vias, a canalização de cursos hídricos são atividades que resultam por exemplo em alterações no ciclo hidrológico, diminuindo a infiltração da água no solo e aumentando seu escoamento superficial. Essas alterações influenciam diretamente no processo de recarga dos aquíferos.
Além disso, as atividades realizadas em superfície são enorme fatores da potencialização de contaminação das águas subterrâneas. As principais fontes são: infiltração de efluentes industriais, vazamentos de postos de serviços, aterros sanitários e lixões, uso indevido de fertilizantes na agricultura, rede de esgoto, fossas sépticas e negras. Aquíferos livres são mais propensos a sofrer contaminação direta, contudo isso não priva os aquíferos confinados de serem também contaminados.
Portanto, a ocupação do solo exige conhecimento geológico-geotécnico, para que desta forma impactos ambientais possam ser minimizados e gerenciados; No caso das águas subterrâneas, o estudo prévio da área que se pretende realizar qualquer atividade é imprescindível para compreensão do potencial de contaminação e precauções que deverão ser tomadas.
A sociedade faz uso intensivo e indiscriminado dos recursos naturais, e das águas subterrâneas não é diferente. No entanto, o uso inadequado deste recurso milenar e finito, somado com a falta de cuidados ao realizar atividades que contaminam os solos, afeta não só a quantidade, como a qualidade do mesmo. Este recurso torna-se cada vez mais escasso devido sua crescente demanda, e torna-se cada vez menos apropriado com o aumento das atividades econômicas, com a descarga de efluentes contaminados e com a deficiência da gestão deste recurso.
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